sexta-feira, 18 de junho de 2010

Mídia na História

Olá caro leitor, cá estou outra vez, hoje vamos rever coisas que vimos ou deveríamos ver na escola, naquelas incessantes aulas de história, ou de estudos sociais a quem é um pouco mais velho.

Pois bem, a história do nosso Brasil é estudada por nossos jovens começando com o descobrimento, o que torna o ensino histórico um pouco maçante e cansativo, entretanto, a história começa a ficar mais interessante conforme se aproxima dos dias de hoje, eu uso como exemplo a Era Vargas, e o fim da Republica Velha.

Uma grande parte dos alunos de Ensino Médio (digo isso com propriedade, pois sai do mesmo há dois anos) não mostra interesse algum pela historia do nosso país, todavia, eu sempre nadei contra a corrente, então aquilo tudo de fatos históricos me envolvia e me deixava intrigado a pesquisar e cada vez mais descobrir coisas novas.

Antes que vocês me perguntem o que isso tem a ver com mídia, principal tema do blog, digo-lhes que ao fazer uma pesquisa sobre a Revolução de 30 e a Revolução Paulista de 32, eu conheci fatos que antes não tinha visto, nem mesmo no Ensino Médio, e são esses fatos que aqui conto, pois, quero passar essa historia real para todos aqueles que querem estudar jornalismo, ou que de forma passiva se interessam pelo assunto, iremos ver aqui um traço de um assunto que é muito discutido, a ética no jornalismo.

Antes de entrarmos a fundo no assunto de mídia, é preciso que se conheça alguns personagens, um deles é João Pessoa, hoje a capital da Paraíba, leva seu nome como forma de homenagem, mas quando em vida, quem foi João Pessoa?

Nascido em Umbuzeiro (terra do ilustre Assis Chateaubriand), João Pessoa se tornou político por influencia do tio Epitácio Pessoa, e seu ápice na historia nacional se deu em 1930, quando aceitou ser candidato a vice-presidência, assim, apoiando Getulio Vargas na revolução de 30.

João Pessoa poderia passar despercebido na historia nacional, pois, não era o único a apoiar Getulio naquela época e seu influencia política na Paraíba, não serviria de muita coisa para ser lembrado até hoje, porém sua morte foi o estopim para a Revolução de 30, e assim, João Pessoa até hoje é lembrado na historia da nossa Republica.

Caro leitor, é a partir de agora que vamos discutir sobre mídia, pois é ela que está relacionada a morte de João Pessoa, porém, antes de mergulharmos nesse mar da ética jornalística, vamos conhecer um pouco mais sobre o nosso outro personagem da vida real, João Dantas.

Quis o destino que Pessoa e Dantas tivessem o mesmo nome, João. Mas não é somente o mesmo nome que os aproxima, João Dantas foi um jornalista paraibano que tinha grande como inimigo político João Pessoa, de forma natural Dantas não concordava com a ideologia de Pessoa no comando da Paraíba, e usava a imprensa, já que era jornalista, para atacar João Pessoa, e a briga deles se estendiam pelos jornais paraibanos, porém, o cunho político dessa briga foi deixando de lado, quando por ordem de João Pessoa, a Polícia Paraibana invadiu o escritório de João Dantas e apoderou-se de objetos do jornalista, entre outras coisas, os policias levaram com eles, cartas de amor, sim caro leitor, cartas de amor! João Dantas mantinha um caso com a poetisa Anayde Beiriz.

O jornal estatal, 'A União' , fazia suspense diariamente, ao comentar sobre documentos imorais que haviam sido encontrados no escritório de João Dantas, além de acrescentar que os interessados poderiam ter acesso ao material, na sede da Polícia, os mais íntimos de João Pessoa sabiam que nada era publicado no jornal oficial, sem sua aquiescência, e a correspondência veio a público, dias depois da invasão

A relação amorosa de Anayde e Dantas caiu na mídia, como hoje cai uma fofoca, porém, essa historia de perdeu no sentido light do jornalismo, e estampou as paginas mais hard, ou seja, as paginas policiais

A confeitaria gloria foi o local, João Dantas disparou e matou João Pessoa, aquele momento havia entrado pra historia, mais que motivos políticos, aquela morte levava um motivo pessoal, e a mídia meus caros, foi uma verdadeira arma, pois Dantas disparava com palavras seu descontentamento com o governo de Pessoa, e o então governador da Paraíba retribuía, usando um jornal estatal para atacar João Dantas.

A ética passou longe desse caso, e o rastro de sangue criado é impossível de ser limpo da historia brasileira, vale dizer que após a morte de João Pessoa, o povo paraibano criou a imagem de herói ao político que hoje dá nome a capital, renegados por todos, João Dantas e Anayde Beiriz cometeram suicídio (a poetisa foi enterrada como indigente).

Eu gostaria de pedir agora a sua opinião caro leitor, a que ponto a mídia pode acabar coma vida de uma pessoa pública? As palavras realmente tem poder? Vale ressaltar minha fonte de pesquisa, e para quem quiser ler e conhecer mais a historia dos personagens aqui citados, o site “recanto das letras” reproduziu um texto de 2005, postado no site do governo paraibano, no link abaixo, vocês podem acessar e ler esse texto, dê sua opinião!

(http://recantodasletras.uol.com.br/resenhas/564974)

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